terça-feira, 29 de setembro de 2009

Por que não usar sacolas plásticas?

A substituição de sacolas plásticas por meios mais alternativos como sacos de papel, sacolas de pano, dentre outras medidas, se configura hoje como uma tendência mundial, haja vista a grande preocupação quanto aos prejuízos que o uso desmedido de sacolas plásticas pode acarretar a longo prazo. É claro que essa preocupação ambiental é muito mais latente nos países mais desenvolvidos – como Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca, França, entre outros – que já adotam essa medida habitualmente no seu dia-a-dia. Tudo graças a uma mudança de padrões e um despertar da consciência ambiental.

É justamente essa quebra de paradigmas e de padrões cotidianos que quero provocar aqui em Mato Grosso do Sul. Temos que seguir os exemplos que deram certo, principalmente no quesito meio ambiente, para que possamos preservar o nosso Pantanal – que é a nossa maior riqueza.

Em alguns lugares do mundo já foram tomadas atitudes para acabar com o uso dos sacos plásticos. Em São Francisco, nos Estados Unidos, foi proibida a utilização desses sacos em supermercados e farmácias. Na Europa, vários países – Alemanha e Dinamarca, entre outros – já evitam a entrega gratuita de sacos pelos supermercados à clientela. Na Irlanda, por exemplo, há um imposto de 0,22 euros para cada saco plástico distribuído, o que reduziu em 90 % o uso. São exemplos importantes a serem seguidos. Meu intuito não é nem cobrar pelos sacos plásticos, porque isso poderia fazer com que os consumidores passassem a comprar as sacolas plásticas, onerando ainda mais o orçamento doméstico, sem que a lei surta qualquer efeito no setor ambiental.


Quando surgiram, as sacolas plásticas eram motivo de orgulho das redes de supermercados e símbolo de status entre as donas-de-casa. Hoje, passaram de símbolo da modernidade a vilãs do meio ambiente, pois poluem, e muito.

O grande problema hoje é que a sacola plástica é muito leve e ninguém recicla, ficando no solta meio ambiente, poluindo rios. Com isso, ela entope esgotos, fica pendurada na vegetação, cai na água e até os peixes podem comê-las, prejudicando inclusive a fauna pantaneira. Não são raros casos de animais que morrem engasgados com sacolas plásticas, porque são atraídos pelo cheiro de produtos que estavam dentro nelas.

As sacolas plásticas demoram pelo menos 300 anos para desaparecer do meio ambiente. Em todo o mundo, são produzidos 500 bilhões de unidades a cada ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia ou a 1 milhão por minuto. Em todo o planeta, diariamente são jogadas e desperdiçadas milhões de sacolas plásticas; por esses motivos, novas alternativas estão surgindo visando, principalmente, diminuição da poluição do plástico no meio ambiente e, conseqüentemente, também a economia em dinheiro.

Diversos são os países que estão colocando em desuso as sacolas plásticas e aderindo à venda aos consumidores de sacolas reutilizáveis. Aqui mesmo em Campo Grande temos grandes redes internacionais de supermercados que incentivam a compra de sacolas reutilizáveis, mas a adesão a esta prática ainda é muito tímida. Por isto esta lei vem justamente para incentivar a população, atentando a todos sobre os males do uso das sacolas plásticas.

Vale lembrar ainda que o plástico é um material reciclável, só que é diferente do alumínio, que você consegue aproveitar 100% num novo produto. O plástico não. A medida que você vai reciclando, ele vai perdendo a qualidade. É um produto que até poderia ser reciclado, mas é muito caro e não compensa. A alternativa é fazer um produto novo. Na Europa, é realidade em vários países o uso das sacolas retornáveis ou oxibiodegradáveis. As pessoas que quiserem sacolas plásticas, têm de pagar.

Quero que este projeto de lei seja encarado como mais um instrumento para proteger o meio ambiente. Sempre através de uma mudança de consciência por parte do consumidor e também dos estabelecimentos comerciais.

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