sábado, 26 de setembro de 2009

Zoneamento agroecológico - um debate é necessário

É inegável que a polêmica da vez é o projeto de Zoneamento Ecológico-Econômico em Mato Grosso do Sul (ZEE), que de tão complexo já desencandeou outros episódios lamentáveis, como o ocorrido entre o Governador André Puccinelli e o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Políticas à parte, entretanto, é importante que as pessoas compreendam bem o que está sendo discutido.

Não quero promover um maniqueísmo entre certo e o errado. Quero apenas destacar um ponto que considero mais importante para o momento, o debate. Obviamente, o plano de zoneamento previsto pelo ZEE não pode simplesmente beneficiar um número restrito de empresários em detrimento de toda uma coletividade. Portanto, fazer com que a população tenha conhecimento do que está sendo debatido nas nossas sessões é imprescindível. Os cidadãos, bem como municípios e entidades ambientalistas, precisa participar deste processo que pode ter tantas consequências diretas em suas vidas.

A necessidade deste debate é tão grande que, a exemplo de alguns pontos que logo citarei, a participação popular pode ser decisiva para diagnosticarmos futuros e possíveis problemas decorrentes do plantio de cana-de-açúcar. Cito, por exemplo, a questão de que plantar e colher cana requer uma mão de obra desqualificada, o que acabará promovendo êxodo intenso para a região. Como consequência, acabamos com uma maior demanda de habitação, saúde e infra-estrutura nas cidades onde o plantio poderá acontecer ou onde usinas podem vir a ser construídas. Ou seja, somente neste exemplo, vemos que as prefeituras podem acabar sobrecarregadas.

Obviamente existem uma série de outras situações que também precisam ser discutidas urgentemente, tais como questões de análise de impacto ambiental. Quem garante que as águas da Bacia do Alto Paraguai não podem ter o mesmo fim do Rio Taquari, que está completamente assoreado? Logo, as entidades precisam, sim, estar incluídas nestas discussões, de forma que, caso aprovada, este zoneamento culmine no desenvolvimento do estado com as menores intervenções possíveis no meio ambiente e onde todos saiam ganhando.

Defendo, sim, a ampla discussão e o debate popular sobre a ZEE. É uma questão de democracia, participação popular e, principalmente, de consciência ambiental.

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