quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Prefeito de Corumbá publica nota de esclarecimento

Em virtude dos acontecimentos da semana passada sobre os impasses entre a Prefeitura de Corumbá e o Governo do Estado em relação a construção de 1200 casa em área imprópria, foi publicada na edição de hoje (09/09) do jornal Correio do Estado uma nota de esclarecimento, de autoria do prefeito Ruiter Cunha de Oliveira. De forma simples, direta e educada, Ruiter elucidou a questão no texto que pode ser lido a seguir:

Corumbá precisa de casas, sem criação de casos.

Há quase cinco mil famílias em Corumbá que precisam morar melhor. Hoje, elas vivem em barracos em áreas irregulares ou de risco. Conheço esses lugares, já visitei essas casas, sei do sofrimento e do sonho dessas famílias. O desejo, o direito dessas pessoas de morar em casa própria e dignamente é um dos mais graves desafios para o poder público em Corumbá.

Um desafio que deve ser enfrentado com trabalho, interesse sincero e responsabilidade dos governos municipal, estadual e federal. Penso na vida dessas pessoas e concluo fácil que a polêmica gerada em torno da área para casas chega a ser desrespeitosa. Por isso, na condição de prefeito de Corumbá, quero esclarecer a confusão desnecessariamente formada. Vamos aos fatos e argumentos e o leitor verá que é simples entender.

O governo do Estado anunciou a intenção de construir 1200 casas em Corumbá e pediu ao Município para doar o terreno. Não doamos. Não doamos e por uma só razão: porque não temos. Tanto é assim que estamos em esforço continuado para comprar terrenos - e estamos comprando - para conseguir construir 2.250 casas dos projetos tocados pelo Município em parceria com o Governo Federal.

Desse fato surge um raciocínio lógico. Se o Município de Corumbá, que tem menos dinheiro que o governo do Estado, está se empenhando para comprar áreas, é natural, justo e salutar que o governo do Estado faça o mesmo. Ele pode, deve e acredito até que o fará, pelo bem das pessoas da nossa cidade. Mas que faça do jeito certo, porque até agora escora-se na lei do menor esforço, o que não coaduna com o tamanho do desafio.

A área que o Governo anuncia tomar de volta faz parte de uma história da qual nos honra falar. Trata-se da luta de um povo e de seus governantes, gestores políticos e técnicos, pelo desenvolvimento do nosso Município. Corumbá precisa muito de energia. A falta dela é o nosso maior obstáculo para atrair novos investimentos e permanentes postos de emprego. A área cedida pelo governo anterior pertencia a particulares e só foi desapropriada em 1991 porque estudos técnicos criteriosos a indicaram como a ideal para receber novas indústrias. Tão forte é esse entendimento que todos os governos estaduais de lá pra cá desenvolveram ações de apoio à iniciativa, também assegurada em lei municipal.

O mesmo governo, que hoje quer a área de volta, ratificou essa decisão em novembro do ano passado, quando assinou o termo aditivo de cessão do terreno, reafirmando a condição expressa na Cláusula Terceira: a de o Município utilizá-lo com o fim único e exclusivo de expansão industrial. Mudar de idéia agora, no impulso, sem se valer de nenhum outro estudo, de nenhum outro argumento técnico aprofundado e sem discutir com o povo corumbaense é, no mínimo, temeroso.

Ao lado da área, corre o gasoduto de riquezas, milhões investidos para trazer a energia que Corumbá precisa. Bem perto dela quase chegou a ser levantada a termoelétrica que encerraria um novo tempo para Corumbá. Não foi daquela vez, mas será de uma próxima, porque permanece a visão e a coragem de unir esforços, independentemente de qualquer estação política, a fim de realizarmos o progresso possível e promissor para os que vivem em Corumbá. Se essa área fosse adequada para a construção de casas, o Município mesmo, obviamente, já teria feito uso dela.

A ninguém pode interessar retroceder nesse caminho aberto para novos empreendimentos. E pensar que toda essa confusão por um valor que cabe com tranquilidade no orçamento do Estado, algo perto de um milhão de reais. Sim, este é o montante aproximado, atualmente, para se adquirir uma área em que caiba o projeto habitacional elaborado pelo Governo. Muito pouco para arriscar e condenar o Município ao ostracismo econômico.

Aí está a clareza dos fatos. Tão simples quanto lógica.

Entre uma e outra divergência de idéias, não temos o direito de querer confundir o cidadão, que espera do agente político e gestor público, no mínimo, a sua consideração. Empenhe-se o governo como vem se empenhando a prefeitura na compra de terrenos para construção de casas e Corumbá será prestigiada com dignidade, mais empregos e mais moradias, sem frustrar nossa esperança em alavancar o crescimento industrial e econômico do nosso município.

Ruiter Cunha de Oliveira

Prefeito de Corumbá

2 comentários:

José Ronaldo disse...

Deputado,
O prefeito Ruiter, de um modo que lhe é peculiar, põe fim ( assim espero)a uma balela tipica de quem quer confundir e não realizar. É público e notório que o Governo Estadual não tem a minima vontade de construir casas em corumbá.

Paulo Duarte disse...

Exatamente José Ronaldo. A marca da administração de Ruiter em Corumbá é a transparência. Não podia ter deixado esta situação passar em branco.